Ator mexicano de ‘Roma’ tem visto negado e pode não ir à cerimônia do Oscar 2019


Segundo a Veja, Roma pode ter sido o filme mais indicado no ano para a 91ª edição do Oscar, junto com A Favorita, mas uma de suas estrelas pode não comparecer à cerimônia de premiação. O mexicano Jorge Antonio Guerrero, que interpreta Fermín no longa de Alfonso Cuarón, já teve seu visto americano negado três vezes e, até agora, não conseguiu participar de nenhum evento promocional do filme nos Estados Unidos.
As informações são da revista mexicana Quién, que publicou uma entrevista com o ator logo após a divulgação das dez indicações de Roma, no dia 22 de janeiro. Nela, Guerrero revela que já solicitou o visto em três situações diferentes – primeiro como turista e, depois, como convidado da Netflix para participar de eventos de gala, incluindo o Globo de Ouro e o Oscar. Segundo o artista, a embaixada americana não quis ler a carta-convite e alegou que o ator iria aos Estados Unidos para procurar trabalho.
“O que acontece é que te fazem um questionário sobre sua formação, quantas vezes já saiu do país e, com base nisso, fazem um perfil”, disse o ator. “Mas nem sempre pedem o material que você leva. Na última ocasião, era importante para mim que a cônsul lesse a carta. Durante todo o tempo, eu disse que era convidado do filme que Alfonso Cuarón tinha feito no México.”
Esta não é a primeira vez que um artista estrangeiro é proibido de entrar no país americano, mesmo sendo parte de uma obra indicada a prêmios. Em 2017, o diretor iraniano Asghar Farhadi e o fotógrafo sírio Khaled Khateeb ficaram de fora do Oscar por consequência do ato de proibição de viagens recém-imposto pelo presidente Donald Trump, que impedia cidadãos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen de pisarem em solo americano durante noventa dias.
A Farhadi, na época, foi oferecida uma exceção, mas o diretor declinou a oferta e não compareceu à cerimônia. Seu filme, O Apartamento, acabou vencendo na categoria de melhor filme estrangeiro, e o discurso foi feito por uma engenheira iraniana naturalizada americana, chamada Anousheh Ansari.

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