Segundo apuração do Noticias da TV, a morte do figurante Joseph Lima dos Santos, 23 anos, que passou mal durante uma gravação de O Sétimo Guardião no último dia 27, ainda repercute nos bastidores e chama a atenção pela revolta de seus colegas. O Notícias da TV ouviu vários profissionais indignados com o tratamento que os figurantes recebem das TVs. Eles dizem que sofrem discriminação e são submetidos a condições “desumanas” de trabalho na Globo e na Record. As emissoras negam.
“Todo mundo cagou para isso [a morte de Santos]. Não valemos nada. Se o figurante morrer num set [estúdio], a gravação vai continuar. Eles continuaram a gravação como se não tivesse acontecido nada ou como se tivesse morrido um cachorro que você coloca no canto”, diz um figurante que estava presente no dia em que o colega morreu e pediu à reportagem para não ser identificado.
Colegas contam que ele chegou à Globo pela manhã, suado e reclamando de dores no peito. Foi atendido no posto médico da emissora, onde teriam lhe dado uma injeção para dor muscular. Depois, ele foi almoçar, mas continuou com dores.
“Ele passou mal sentado dentro do ônibus. Desmaiou, e ali ele morreu. Imediatamente a senhora Rede Globo de Televisão tirou ele numa maca e levou para o hospital para dar o óbito lá. A Globo diz que ele morreu no hospital para tirar o corpo fora”, continua o colega de Zimmerman, sob anonimato.
Toda a figuração das novelas da Globo é contratada por meio de agências de casting.
A Luz e Cor Casting era a responsável pelo trabalho do rapaz no dia de sua morte. Os amigos dele afirmam que somente a agência deu apoio. “Não vi a Globo se manifestar em nada, nenhum apoio, nada”, diz uma fonte.
Célia Lima, sócia da Luz e Cor, afirma que acompanhou a liberação do corpo e arcou com os custos funerários. Ela não vai comentar se a morte aconteceu dentro ou fora da Globo e espera que o laudo do IML (Instituto Médico Legal), que sairá 60 dias após o óbito, esclareça isso.
A morte de Zimmerman mostra o elo mais frágil das novelas. Os figurantes trabalham terceirizados pelas agências, sem nenhum vínculo empregatício. São remunerados por diária, em geral, no valor de R$ 60. Dessa quantia, ainda são descontados 11% de impostos.
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