De Pedro Cardoso para Regina Duarte: “Qual é a sua opinião sobre o pronunciamento nazifascista do seu antecessor?”

Pedro Cardoso e Regina Duarte. Foto: Reprodução/YouTube/Wikimedia Commons

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Bom dia.

Ouvi dizer que Regina Duarte quer pacificar as relações do desgoverno nazifascista com os artistas. Nada mais falso. Não fomos nós, artistas, que tomamos a iniciativa de agredir indiscriminadamente o país inteiro em nome de uma falsificada guerra santa contra “as esquerdas”. O nazifascismo não é nada além do ódio primitivo que ele vocifera todos os dias. Na paz, o nazifascismo desaparece, como poderia ele querer paz alguma? O que pretendem com a simpatia de Regina é dar ares de projeto cultural a destruição absoluta da cultura que o nazifascismo quer levar a termo. Pergunto eu a Regina: Qual é a sua opinião sobre o pronunciamento nazifascista do seu antecessor?

Você se diferencia dele em alguma coisa ou comunga dos mesmos ideais? Regina, como nenhum nazifascista do grupo, jamais responderá a essa pergunta. Rejeita-lo não podem pois aquela manifestação é exatamente o que eles são e querem; enaltece-lo também não podem pois a perfeição daquele discurso não admite o disfarce de pessoas do bem do qual se valem para nos roubar.

Em meados dos anos 80, o vaticano cassou o livro “Igreja, carisma e poder” de Leonardo Boff, iniciando o silenciamento da teologia da libertação. Desde que elevado a religião do império romano, o cristianismo tem sido um instrumento de poder de classes dominantes. E ainda o é, muito infelizmente. Os cismas todos dentro dele foram em razão de outros grupos quererem se apossar do controle do aspecto místico da vida para subirem eles ao poder. A teologia da libertação nasce de um desejo de tirar Poder da igreja e colocar Poder na fé do povo.

Ao cassa-lo, Roma jogou os crentes no alçapão dos estelionatos religiosos das novas igrejas. O elitismo da igreja católica, onde pobres sempre ficaram de pé ao fundo, fez os cristãos presas fáceis das igrejas armadas de informalidade popularesca. Tudo falso. Uns e outros. Jesus, pobre homem de quem tanto gosto de gostar, não tem quem o represente. Ficamos cada um de nós a ter com a história dele uma relação individual.

A paz, que Regina diz querer, só existe na solidão entre cada pessoa e o deus no qual ela crê; não em projetos de Poder.

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Bom dia. Ouvi dizer que Regina Duarte quer pacificar as relações do desgoverno nazifascista com os artistas. Nada mais falso. Não fomos nós, artistas, que tomamos a iniciativa de agredir indiscriminadamente o país inteiro em nome de uma falsificada guerra santa contra “as esquerdas”. O nazifascismo não é nada além do ódio primitivo que ele vocifera todos os dias. Na paz, o nazifascismo desaparece, como poderia ele querer paz alguma? O que pretendem com a simpatia de Regina é dar ares de projeto cultural a destruição absoluta da cultura que o nazifascismo quer levar a termo. Pergunto eu a Regina: Qual é a sua opinião sobre o pronunciamento nazifascista do seu antecessor? Você se diferencia dele em alguma coisa ou comunga dos mesmos ideais? Regina, como nenhum nazifascista do grupo, jamais responderá a essa pergunta. Rejeita-lo não podem pois aquela manifestação é exatamente o que eles são e querem; enaltece-lo também não podem pois a perfeição daquele discurso não admite o disfarce de pessoas do bem do qual se valem para nos roubar. Em meados dos anos 80, o vaticano cassou o livro “Igreja, carisma e poder” de Leonardo Boff, iniciando o silenciamento da teologia da libertação. Desde que elevado a religião do império romano, o cristianismo tem sido um instrumento de poder de classes dominantes. E ainda o é, muito infelizmente. Os cismas todos dentro dele foram em razão de outros grupos quererem se apossar do controle do aspecto místico da vida para subirem eles ao poder. A teologia da libertação nasce de um desejo de tirar Poder da igreja e colocar Poder na fé do povo. Ao cassa-lo, Roma jogou os crentes no alçapão dos estelionatos religiosos das novas igrejas. O elitismo da igreja católica, onde pobres sempre ficaram de pé ao fundo, fez os cristãos presas fáceis das igrejas armadas de informalidade popularesca. Tudo falso. Uns e outros. Jesus, pobre homem de quem tanto gosto de gostar, não tem quem o represente. Ficamos cada um de nós a ter com a história dele uma relação individual. A paz, que Regina diz querer, só existe na solidão entre cada pessoa e o deus no qual ela crê; não em projetos de Poder.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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