
Gregório Duvivier. Foto: Reprodução/YouTube
Gregório Duvivier pergunta em sua crônica na Folha de S.Paulo: “Quantos anos a gente voltou só no ano passado?”
As últimas eleições foram marcadas pelo saudosismo. “O Brasil feliz de novo”, dizia o slogan do PT, mas poderia ser todos os outros partidos. Todos concordavam: 1) que o Brasil não estava feliz, e 2) que a chave pra felicidade estava no retorno a algum passado. Só restava debater qual seria o ano de destino da nossa máquina do tempo.
Haddad queria voltar pros anos Lula, Bolsonaro queria voltar pros anos Geisel, Alckmin queria voltar pros anos FHC, Meirelles queria voltar pros anos Temer, Álvaro Dias queria voltar pro sarcófago. Acredito que cada um queria voltar pra época em que, pessoalmente, foi mais feliz. Marina, pra ser justo, tinha um projeto pro futuro, mas ninguém entendeu qual era. Ciro, na verdade, também tinha planos: planejava viajar pra Paris assim que terminasse aquilo tudo.
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Agora, no final de 2019, chegamos aos anos 1930. Grupos integralistas promovem atentados pra barrar a ameaça comunista. O slogan do governo, “Brasil acima de tudo”, é a tradução perfeita de “Deutschland Über Alles”. Assim como naquela década, o mundo está se dividindo em dois, e a gente tá pendendo pro lado errado.
2020 começa hoje. Vamos inventar um futuro e, se tudo der certo, esse ano só termina no ano que vem.
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