Da crônica de Gregório Duvivier na Folha de S.Paulo.
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As democracias não morrem como antigamente, dizem os livros. Você espera que ela morra de tiro, com militares e tanques e mortos na calçada, mas ela tem morrido enquanto dorme vendo tevê, com respeito à Constituição, com Supremo, com tudo. O respeito aos ritos democráticos não garante que esteja viva.
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No Brasil, também não é preciso colocar palavras na boca de ninguém pra ver ameaças à democracia. O pai, o filho e o posto Ipiranga (a nova trindade) já sugeriram convocar um novo AI-5 —sem que ninguém tenha perguntado coisa alguma.
As declarações são estapafúrdias. Não percebem que não faz sentido declarar um “novo AI-5”, pela mesma razão que não se lança um “Novo Toy Story 3”, mas um “Toy Story 4”. Árabes decidiram, há muitos milênios, que o novo cinco se chama seis, e o novo seis se chama sete.
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