Duvivier sobre AI-5 e Bolsonaros: “não é preciso colocar palavras na boca pra ver ameaças à democracia”

Gregório Duvivier. Foto: Reprodução/YouTube

Da crônica de Gregório Duvivier na Folha de S.Paulo.

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As democracias não morrem como antigamente, dizem os livros. Você espera que ela morra de tiro, com militares e tanques e mortos na calçada, mas ela tem morrido enquanto dorme vendo tevê, com respeito à Constituição, com Supremo, com tudo. O respeito aos ritos democráticos não garante que esteja viva.

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No Brasil, também não é preciso colocar palavras na boca de ninguém pra ver ameaças à democracia. O pai, o filho e o posto Ipiranga (a nova trindade) já sugeriram convocar um novo AI-5 —sem que ninguém tenha perguntado coisa alguma.

As declarações são estapafúrdias. Não percebem que não faz sentido declarar um “novo AI-5”, pela mesma razão que não se lança um “Novo Toy Story 3”, mas um “Toy Story 4”. Árabes decidiram, há muitos milênios, que o novo cinco se chama seis, e o novo seis se chama sete.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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