Em clipe com Pabllo Vittar e Majur, Emicida aproxima causa negra da LGBT

Emicida

Emicida (Foto: Divulgação)

Do iG:

Ao longo de 2m50s, sobre imagens de fragmentos urbanos do Rio, uma voz despeja em gotas um desespero represado: “Parece que depois daquela merda, tio, parece que eu tenho que demonstrar que tô bem todo dia, mano. E nenhum ser humano consegue estar bem todo dia, tá ligado? (…) Parece que essas p*rra de remédio não adianta merda nenhuma (…) Sei lá, mano, eu só precisava falar alguma coisa pra alguém mesmo”, começa o clipe de Emicida.

Em seguida, Belchior avisa: “Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro. Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”. Só então Emicida aparece, anunciando que “Eu sonho mais alto que drones” — para cinco minutos depois concluir com a certeza da vitória (“Te vejo no pódio”).

Gravado no Complexo do Alemão, com participações de Majur e Pabllo Vittar , o clipe de AmarElo , lançado nesta terça-feira (25), traça essa jornada da beira do abismo à glória. Para isso, usa imagens de artistas e atletas da favela que venceram apesar das condições desfavoráveis — enquanto a letra fala sobre o destino de quem luta contra a opressão, seja ela racista, classista ou de gênero (“Perder não é opção”, ele afirma a certa altura). O single será a faixa-título do próximo disco do rapper, previsto para o segundo semestre.

“Tô namorando esse sample do Belchior há uns três anos. Belchior é muito grandioso, esse trecho da é algo transcendental. Quando você pega algo assim você tem que fazer algo grandioso também. Essa letra teve oito versões, uma mais pra depressão, outra mais política. Mas chegou o momento que eu entendi que a energia da música era sobre força, ela precisava vibrar de maneira positiva. Estamos por baixo, mas vamos vencer”, declara.

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Música
Larissa Bernardes

Editora. Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

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