“Era de ouro” dos seriados da TV acabou com a Netflix, diz colunista

Netflix. Foto: Lionel Bonaventure/AFP

Da Coluna de Mauricio Stycer na Folha de S.Paulo.

(…)

Vinte anos depois da primeira aparição de Tony Soprano, o jornalista Sam Adams considera que a era de ouro chegou ao fim. “À medida em que os serviços de streaming apresentam seus planos para a terceira década do século 21, fica cada vez mais claro que tudo realmente acabou”, escreveu em um recente artigo publicado na revista eletrônica Slate.

O diagnóstico é duro, mas faz bastante sentido para mim. Na sua visão, a era de ouro nasceu de um misto de incerteza com prosperidade. Havia recursos para produzir, mas dúvidas sobre como fisgar o público, cujo interesse parecia se dirigir a outras formas de entretenimento. Como ninguém sabia ao certo o que iria funcionar, acredita ele, houve um impulso a tentar de tudo.

As produções inovadoras e surpreendentes contaram com o suporte, em sua maioria, de empresas que atuavam em franjas do mercado, como os canais “premium” HBO e AMC. Dando os seus primeiros passos, Netflix e Amazon tiveram papel importante, igualmente, no impulso à ousadia e ao inesperado.

A HBO hoje pertence ao conglomerado AT&T e a Netflix se tornou uma empresa gigante, com 158,3 milhões de assinantes em todo o mundo. Os “insurgentes” de ontem se parecem cada vez mais com empresas tradicionais, observa Adams. “Estão assinando cheques de nove dígitos para grandes nomes e licenciando toda a propriedade intelectual que possam ter em mãos.”

(…)

Categorias
Series & TVTV
Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

Relacionado por