Fernanda Torres, que evita falar de Bolsonaro, é pessimista sobre futuro do Brasil: “Não vejo horizonte”

Fernanda Torres. Foto: Reprodução/Facebook

Marcela Ribeiro no UOL informa que Fernanda Torres está gravando a segunda temporada de Filhos da Pátria, série criada por Alexandre Machado e Bruno Mazzeo, que dessa vez está um século à frente, em 1930, na passagem da política do café com leite para a Era Vargas.

De acordo com a publicação, Maria Teresa, sua personagem, segue deslumbrada pela ascenção social e, dessa vez, segundo ela, vem ainda pior. A família segue com a mesma formação, Geraldo (Alexandre Nero) é casado com Maria Teresa. Eles são pais de Geraldinho (Johnny Massaro) e Catarina (Lara Tremouroux). Cada um a seu modo, eles interagem nessa nova conjuntura política, social e econômica do país. “A gente deu um pulo no Brasil, onde tudo continua igual. Quem era escrava, vira empregada doméstica, quem era corrupto, continua corrupto. O dono do dinheiro continua dono do dinheiro. A gente vai para a década de 30, quando o exército do Getúlio atravessa o país e ele amarrou o cavalo no obelisco”. Aos 53 anos, Fernanda nasceu em 1965, no segundo ano da ditadura militar e viu a mãe, Fernanda Montenegro ser ameaçada de morte. Assim como na série, ela faz um paralelo do país da sua infância e atualmente no qual enxerga melhorias, mas entende que a história é feita de avanços e retrocessos.

“A gente está vivendo uma era meio apocalíptica no mundo, não tem muito futuro, então não vejo futuro em que isso tudo vai estar resolvido. Nasci na ditadura, vivi a redemocratização, em muitos sentidos vivo numa sociedade mais aberta do que vivi quando era criança. A crise econômica toda do Sarney que vivi, o fechamento do Brasil para o mundo, isso tudo melhorou, é um país mais incluído no mundo”, analisa. “Por outro lado, a democracia também nos provou que não há santos, que o problema estrutural do Brasil, do jogo político econômico do país se organiza muito na nossa raiz, a questão da desigualdade social, que a gente nunca consegue resolver, a violência aumentando por causa da desigualdade, a educação que nunca é resolvida, isso tudo não vejo no futuro próximo nenhum horizonte. A gente não tem saneamento básico em mais da metade do Brasil”. Fernanda evita opinar diretamente sobre o atual presidente Jair Bolsonaro e diz que os temas abordados na série não devem causar polêmicas por associação direta ao governo. “Nós elegemos esse presidente, isso ele tem razão. Muitas forças querem aquilo por alguma razão”, completa o UOL

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: pedrozambarda@gmail.com

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