Festival Marighella Contra a Censura acontece nesse fim de semana em São Paulo

O festival ocorre no ‘Boteco Socialista’

Neste final de semana (23 e 24), o Festival Marighella Contra a Censura reúne bandas, saraus, culinária, economia solidária e demais intervenções em resposta ao cancelamento da estreia da cinebiografia “Marighella”, que seria lançada no Brasil no Dia da Consciência Negra e no mês dos 50 anos de morte do guerrilheiro baiano Carlos Marighella.

Ao denominar-se “Contra a censura”, o Festival tem como objetivo não somente homenagear Marighella e chamar atenção à censura do filme, mas também censura que está propensa a ocorrer em momentos de conservadorismo e intolerância.

“Esse é mais um evento. Não para celebrar, mas para não deixar esquecer”, ressalta Fernando Mota, fundador do Boteco Socialista, que funciona como bar, casa de show, espaço multicultural e gastronômico. O Boteco conta com atividades e programação fixa como Feijoada Vegana, Terça Trans, Sábado LGBTQI+ e Sexta Feminista.

As Despejadas: um grito conta o genocídio negro

Formada no bairro dos Pimentas, periferia da cidade de Guarulhos (Grande São Paulo), As Despejadas se apresentam no sábado (23) e aproveitam o evento para lançar a nova música chamada “Vestido de Preto”.

Após o lançamento do primeiro álbum, chamado “Sou Frida Luta”, com críticas ao machismo, a nova música d’As Despejadas chamam atenção para a questão racial, versando sobre as dores da população negra. Mergulhada na temática do racismo, repressão militar e genocídio preto, “Vestido de Preto” traz à tona casos de violência policial ocorridos esse ano por meio da poesia, relembrando os 80 tiros disparados no carro do músico Evaldo Rosa e o assassinato do jovem Rodrigo Alexandre da Silva Serrano, que segundo a polícia, teve seu guarda-chuva confundido com um fuzil.

“Marighella era um militante e guerrilheiro negro que lutou contra repressão e violência de um Estado num período de ditadura Militar, e o fato do filme ter a estreia cancelada faz parte desse mesmo projeto de Estado de censura que estabelece a militarização da vida, dos corpos e territórios negros”, conta Vitoria Silva (Voz e Percussão).

O evento também contará com a apresentação de: Cabaré, Astronautas, Dolores, Clarena, República , Dbuenas, Zapaderin, 011 Nigg4’z , Kaifaze, Alda.

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A banda As Despejadas

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