Do Notícias da TV:
Quem assistiu à primeira temporada de O Mecanismo e teve estômago para encarar a nova leva de episódios, lançada pela Netflix na última sexta (10), teve duas surpresas: primeiro, a série mudou o alvo de seu canhão do PT para o PMDB e Michel Temer; segundo, a atração criada por José Padilha erra feio na continuidade do próprio universo que havia construído.
Entidade que conduz boa parte da narrativa com a investigação da Lava Jato, a Polícia Federal era chamada de Polícia Federativa na primeira temporada. Agora, a série não se decide sobre qual nome quer usar: Federal e Federativa se alternam várias vezes na narrativa, a ponto de confundir o público.
O erro se estende ao próprio PT. Nos episódios disponibilizados no ano passado, o partido do ex-presidente João Higino/Lula (Arthur Kohl) e da governante Janete Ruscov/Dilma (Sura Berditchevsky) era o PO, Partido Operário. Agora, o ex-delegado Marco Ruffo (Selton Mello) cita nominalmente o PT, além do PMDB e do PSDB.
Confrontado sobre o erro grave na continuidade, Padilha pareceu não se abalar nem dar importância ao furo. “O que aconteceu foi o seguinte: existem umas regras e uns parâmetros que a gente pega do jurídico. A gente adota isso no roteiro, e depois esquece (risos). Dizem que não pode falar PT. Aí a gente troca. Mas depois, a gente coloca PT, PSDB… Se ninguém [do jurídico] pega, a gente deixa”, minimizou.
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