“O que aprenderam os 57 milhões que elegeram Bolsonaro diante dos crimes dele?”, pergunta Pedro Cardoso

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/YouTube

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Sugiro o filme O FEITIÇO DO TEMPO. É uma obra prima. Versa sobre o aprendizado que se pode obter com os próprios erros.

Falo de mim antes de falar dos outros. Eu cri que um projeto politico/partidário era o bastante para trazer justiça social e liberdade para o brasil. Depois aconteceu de o projeto no qual eu cri chegar a gerencia do executivo e revelar-se prisioneiro de suas contradições; deslumbrar-se, associar-se a bandidos, corromper-se e cometer até crimes; e, ainda assim, fazer maravilhas pelo país! O PT, apesar de toda a desordem que promoveu, trouxe a questão da justiça social para o centro da vida pública; fato inédito na nossa história. Eu então aprendi que nada é simples.

É como se houvesse 2 PTs: Um anterior ao poder e outro posterior. E com isso aprendi que o poder, como uma força gravitacional, deforma a linha ética de quem dele se aproxima. Eu aprendi que, além da luta partidária, a causa da justiça e da liberdade tem um outro inimigo: o próprio PODER. E nisso compreendi que a democracia ideal é o NÃO-PODER no PODER; ou seja: A permanência da tensão da lida ideológica nos parlamentos, guiando as decisões práticas, em lugar da soberania seja lá da ideologia que for.

Aprendi tudo isso e muito mais com a passagem do PT pelo poder. Mas a lição maior foi a de que o poder está na economia muito mais do que na política/partidária. Aprendi que Marx tem razão, e isso eu já sabia, mas aprendi de novo, mais profundamente.

Não sou comunista mas sou marxista, e tenho afinidades com propostas liberais. Sou um perplexo hesitante e não quero dar nome as minhas passageiras convicções. Quero dançar no baile das ideias.

Agora pergunto: O que terão aprendido os 57 milhões que elegeram Bolsonaro diante dos crimes dele revelados por Moro e dos crimes de Moro revelados ao ele revelar a sua conivências com os crimes que aponta durante o tempo em que esteve a serviço do autor de tantos crimes?

Terão aprendido a escolher entre um ou o outro? Se foi isso o que aprenderam, então não aprenderam nada.

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Bom dia. Sugiro o filme O FEITIÇO DO TEMPO. É uma obra prima. Versa sobre o aprendizado que se pode obter com os próprios erros. Falo de mim antes de falar dos outros. Eu cri que um projeto politico/partidário era o bastante para trazer justiça social e liberdade para o brasil. Depois aconteceu de o projeto no qual eu cri chegar a gerencia do executivo e revelar-se prisioneiro de suas contradições; deslumbrar-se, associar-se a bandidos, corromper-se e cometer até crimes; e, ainda assim, fazer maravilhas pelo país! O PT, apesar de toda a desordem que promoveu, trouxe a questão da justiça social para o centro da vida pública; fato inédito na nossa história. Eu então aprendi que nada é simples. É como se houvesse 2 PTs: Um anterior ao poder e outro posterior. E com isso aprendi que o poder, como uma força gravitacional, deforma a linha ética de quem dele se aproxima. Eu aprendi que, além da luta partidária, a causa da justiça e da liberdade tem um outro inimigo: o próprio PODER. E nisso compreendi que a democracia ideal é o NÃO-PODER no PODER; ou seja: A permanência da tensão da lida ideológica nos parlamentos, guiando as decisões práticas, em lugar da soberania seja lá da ideologia que for. Aprendi tudo isso e muito mais com a passagem do PT pelo poder. Mas a lição maior foi a de que o poder está na economia muito mais do que na política/partidária. Aprendi que Marx tem razão, e isso eu já sabia, mas aprendi de novo, mais profundamente. Não sou comunista mas sou marxista, e tenho afinidades com propostas liberais. Sou um perplexo hesitante e não quero dar nome as minhas passageiras convicções. Quero dançar no baile das ideias. Agora pergunto: O que terão aprendido os 57 milhões que elegeram Bolsonaro diante dos crimes dele revelados por Moro e dos crimes de Moro revelados ao ele revelar a sua conivências com os crimes que aponta durante o tempo em que esteve a serviço do autor de tantos crimes? Terão aprendido a escolher entre um ou o outro? Se foi isso o que aprenderam, então não aprenderam nada.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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