“O Sétimo Guardião” da Globo se configura como um fracasso na carreira de Aguinaldo Silva

Aguinaldo Silva (Foto: Reprodução/TV Globo)

Do iG:

Há quem diga que gato preto dá azar e há quem não acredite nisso. Não dá para culpar os pobres gatos pelos azares de “O Sétimo Guardião”, mas o animal místico poderia ser um prenúncio (juntos com outros problemas nada místicos), de que a novela passaria longe de ser um sucesso.

Fracasso não é uma palavra usual quando se fala de Aguinaldo Silva. Um dos maiores autores da dramaturgia brasileira, o criador de “O Sétimo Guardião” acumula sucessos – de audiência e crítica, mas nem seu prestígio serviu para salvar uma das novelas com pior audiência dos últimos anos.

Os sinais, porém, estavam lá. Antes mesmo da novela ganhar vida, quando ainda era um argumento, ela foi parar na Justiça. Aguinaldo Silva, que desenvolve anualmente uma “Masterclass” viu seus alunos o processarem por conta da sinopse, desenvolvida durante o curso.

A questão foi resolvida a tempo e a novela não precisou ser adiada, mas o entrave judicial era o primeiro sinal dos problemas que a trama enfrentaria. Além disso, foram muitas as crises de bastidores: rumores de traição , briga entre protagonistas ,  afastamento de ator por problemas de saúde.

Mas tudo isso seria irrelevante se a história se sustentasse, o que não acontece. No geral a trama foi fraca, e Silva abusou dos estereótipos, mesmo com tantas boas possibilidades ao retornar ao realismo mágico. Mais preocupado em reviver seus tempos de glória como “A Indomada”, ele somou referências, mas não apresentou nada novo.

Sua melhor história, envolvendo os excêntricos guardiões, foi deixada de lado em prol do mesmo dramalhão de sempre e só ganhou destaque quando eles foram assassinados. E nem assim ele acertou, ao matar primeiro Joubert (Milhem Cortaz), um dos melhores e mais complexos personagens.

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Larissa Bernardes

Editora. Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

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