Pedro Cardoso: “A queda de Jair Bolsonaro não será a queda do nazifascismo”

Jair Bolsonaro e Pedro Cardoso. Foto: Wikimedia Commons/Reprodução/YouTube

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Bom dia.

Parece que bem pouca gente compareceu aos atos golpistas. Mas não temos como saber quantos ainda apoiam Messias. O vírus pode ter feito muitos ficarem na toca. Mas talvez sejam já poucos os que ainda estão entorpecidos pelo mito. Mas mesmo que sejam poucos os que ainda conseguem fingir que não sabem dos crimes de seu Messias, eu não tenho ilusão alguma de que o nazifascismo permanece a se agigantar sobre nós.

A queda de Jair Bolsonaro não será a queda do nazifascismo. Eles encontrarão outro líder hitler para o lugar dele; provavelmente, Sergio, o paladino. Há outros candidatos: Dória, Vitzeu, Mourão, Ronaldo Caiado e o próprio Edir Macedo. O nazifascismo brasileiro não é um acidente eleitoral apenas, na minha opinião. Ele é uma projeto enraizado no mais profundo solo da alma do Brasil.

As baixas classes médias, sempre oprimidas pelas elites mas também servidoras delas, o abraçam em seu desejo de se tornarem tais e quais os opressores que os empregam. Encontraram no nazifascismo a sua ideologia e religião. Caso o fantasma de Bebiano, ou a verdade sobre Marielle, venha a derrotar Messias, outro ídolo de pés de barro ocupará o lugar dele e o nazifascismo seguirá a sua marcha macabra rumo ao Poder.

Vejam as fotos. Leio naquelas figuras a diluição da individualidade na identidade de um coletivo. Bando de impotentes que unidos pela paranóia e pelo falso patriotismo, sentem-se seguros a ponto de desprezar a ciência e crer nas mentiras de Macedo e do médico que nem nome tem.

O tesão em servir e ser penetrado por uma figura paterna divinizada, onipotente, é mais forte do que a razão. Eles acreditarão em qualquer ilusão que os forneça o prazer de serem subservientes a quem os explora. É uma perversão brasileira. Somos um país de capitães do mato.

Essa gente serve a quem os explora na esperança de escaparem individualmente da exploração geral. Capitães do mato! Pedir ditadura militar é inaceitável e um crime.

Pena este congresso só merecer defesa como instituição. A segunda maior bancada não é a do partido que serviu ao projeto de Messias? Porque então seus eleitores estão contra o congresso?

Messias não conhecia o seu partido?

View this post on Instagram

Bom dia. Parece que bem pouca gente compareceu aos atos golpistas. Mas não temos como saber quantos ainda apoiam Messias. O vírus pode ter feito muitos ficarem na toca. Mas talvez sejam já poucos os que ainda estão entorpecidos pelo mito. Mas mesmo que sejam poucos os que ainda conseguem fingir que não sabem dos crimes de seu Messias, eu não tenho ilusão alguma de que o nazifascismo permanece a se agigantar sobre nós. A queda de Jair Bolsonaro não será a queda do nazifascismo. Eles encontrarão outro líder hitler para o lugar dele; provavelmente, Sergio, o paladino. Há outros candidatos: Dória, Vitzeu, Mourão, Ronaldo Caiado e o próprio Edir Macedo. O nazifascismo brasileiro não é um acidente eleitoral apenas, na minha opinião. Ele é uma projeto enraizado no mais profundo solo da alma do Brasil. As baixas classes médias, sempre oprimidas pelas elites mas também servidoras delas, o abraçam em seu desejo de se tornarem tais e quais os opressores que os empregam. Encontraram no nazifascismo a sua ideologia e religião. Caso o fantasma de Bebiano, ou a verdade sobre Marielle, venha a derrotar Messias, outro ídolo de pés de barro ocupará o lugar dele e o nazifascismo seguirá a sua marcha macabra rumo ao Poder. Vejam as fotos. Leio naquelas figuras a diluição da individualidade na identidade de um coletivo. Bando de impotentes que unidos pela paranóia e pelo falso patriotismo, sentem-se seguros a ponto de desprezar a ciência e crer nas mentiras de Macedo e do médico que nem nome tem. O tesão em servir e ser penetrado por uma figura paterna divinizada, onipotente, é mais forte do que a razão. Eles acreditarão em qualquer ilusão que os forneça o prazer de serem subservientes a quem os explora. É uma perversão brasileira. Somos um país de capitães do mato. Essa gente serve a quem os explora na esperança de escaparem individualmente da exploração geral. Capitães do mato! Pedir ditadura militar é inaceitável e um crime. Pena este congresso só merecer defesa como instituição. A segunda maior bancada não é a do partido que serviu ao projeto de Messias? Porque então seus eleitores estão contra o congresso? Messias não conhecia o seu partido?

A post shared by Pedro Cardoso (@pedrocardosoeumesmo) on

Categorias
Destaque
Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

Relacionado por