Pedro Cardoso: “Apenas sádicos patológicos fazem o que fizeram policias paulistas em Paraisópolis”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/YouTube

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Diante de mais uma tragédia provocada pela polícia militar, devemos nos perguntar quem são os policiais militares? Que pessoas eles são? É de se supor que a profissão pode exercer grande atração sobre indivíduos com tendência ao sadismo. Afinal, acobertado pelo dever, o sádico tem ali a oportunidade de vivenciar o seu sadismo sem dele dar evidência. O policial que agride parece estar defendendo a ordem e a justiça.

Todas as profissões seduzem pelo prazer que oferecem. Médicos é suposto terem amor pela cura mas pode haver os que tenham é amor pela doença e, no exercício da profissão, se regozijam na morbidez. Atores devem ter gosto por promover a alegria para os outros mas pode haver os que necessitam de atenção imensa para si mesmos. Todas as profissões tem a sua luz e as suas trevas. Tenho dito que a profissão de polícia é – deveria ser! – das mais nobres que há. Em tese, o policial é a pessoa que coloca a vida dele a serviço da vida dos outros. Enorme responsabilidade e tarefa de enorme complexidade. Entretanto, no Brasil, mal cuidamos dos nossos policiais. Os treinamos mal, os pagamos mal, os expomos a perigos extremos desnecessários e não realizamos nenhuma das ações sociais que diminuiriam a criminalidade; como por exemplo: saneamento básico, boas escolas, bons hospitais, justa distribuição da renda… Nada! (O PT fez alguma coisa, mas pouco e desordenadamente.) Tratamos da segurança pública como se ela fosse apenas um caso de polícia. E por assim o fazermos, abrimos a porta da instituição para toda sorte de pessoas com tendência ao sadismo. Apenas sádicos patológicos fazem o que fizeram policias paulistas em Paraisópolis. Sádicos dirigidos por sádicos, como o governador do estado talvez seja.

Tudo no Brasil está por ser feito. Não temos nada. Um fio de democracia, alguma história e arte, e só. Precisamos fazer a nossa polícia. O projeto político que não contemplar a reconstrução da polícia não estará construindo futuro algum.

Mundo a fora – Iraque, Irã, Egito, França, Nicarágua, Rússia, Venezuela, Chile… – políticos no poder a serviço de elites econômicas ordenam que suas polícias agridam seu próprio povo. A polícia é ainda o braço armado do poder.

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Diante de mais uma tragédia provocada pela polícia militar, devemos nos perguntar quem são os policiais militares? Que pessoas eles são? É de se supor que a profissão pode exercer grande atração sobre indivíduos com tendência ao sadismo. Afinal, acobertado pelo dever, o sádico tem ali a oportunidade de vivenciar o seu sadismo sem dele dar evidência. O policial que agride parece estar defendendo a ordem e a justiça. Todas as profissões seduzem pelo prazer que oferecem. Médicos é suposto terem amor pela cura mas pode haver os que tenham é amor pela doença e, no exercício da profissão, se regozijam na morbidez. Atores devem ter gosto por promover a alegria para os outros mas pode haver os que necessitam de atenção imensa para si mesmos. Todas as profissões tem a sua luz e as suas trevas. Tenho dito que a profissão de polícia é – deveria ser! – das mais nobres que há. Em tese, o policial é a pessoa que coloca a vida dele a serviço da vida dos outros. Enorme responsabilidade e tarefa de enorme complexidade. Entretanto, no Brasil, mal cuidamos dos nossos policiais. Os treinamos mal, os pagamos mal, os expomos a perigos extremos desnecessários e não realizamos nenhuma das ações sociais que diminuiriam a criminalidade; como por exemplo: saneamento básico, boas escolas, bons hospitais, justa distribuição da renda… Nada! (O PT fez alguma coisa, mas pouco e desordenadamente.) Tratamos da segurança pública como se ela fosse apenas um caso de polícia. E por assim o fazermos, abrimos a porta da instituição para toda sorte de pessoas com tendência ao sadismo. Apenas sádicos patológicos fazem o que fizeram policias paulistas em Paraisópolis. Sádicos dirigidos por sádicos, como o governador do estado talvez seja. Tudo no Brasil está por ser feito. Não temos nada. Um fio de democracia, alguma história e arte, e só. Precisamos fazer a nossa polícia. O projeto político que não contemplar a reconstrução da polícia não estará construindo futuro algum. Mundo a fora – Iraque, Irã, Egito, França, Nicarágua, Rússia, Venezuela, Chile… – políticos no poder a serviço de elites econômicas ordenam que suas polícias agridam seu próprio povo. A polícia é ainda o braço armado do poder.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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