Pedro Cardoso: “Com Messias, Damares e ‘Ventraubes’ da vida não há conversa possível”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/Instagram

Do Instagram do ator Pedro Cardoso:

Bom dia.

Por vezes penso que alguns amigos não aceitam ainda a dimensão da nossa derrota eleitoral para o fascismo. Nós perdemos por uma diferença de mais de 10 milhões de votos, mais de 10%! É muito; e é difícil de reverter. O processo eleitoral é refém da publicidade, que é a linguagem que melhor se comunica com multidões. Mas através dela, no entanto, só comunicamos sínteses vazias de seus processos.

Comunicar uma ideia complexa é muito mais difícil; toma tempo, é mais caro e exige um ouvinte disposto e crítico. Não bastasse esse já enorme empecilho, mesmo a melhor ideia tem que atravessar uma babel de informações difusas para chegar aos ouvidos de alguém; e, só então, ter a chance de convence-la. Quando proponho que tenhamos ouvidos para todos que ofereçam uma conversa razoável é porque acredito que a confusão favorece o fascismo; não por outra razão eles a promovem. Não cito políticos porque concordo com eles; mas porque deles posso discordar ou concordar numa conversa objetiva. Ciro, Manuela, Freixo, Verá Lúcia, Amoedo, Molon, FHC, Lula e outros são pessoas a quem posso me aliar contra o fascismo uma vez que com eles posso conversar em bases coerentes. Com Messias, Damares e Ventraubes da vida não há conversa possível. E essa des-conversa é proposital. É contra a perda de sentido da comunicação que devemos lutar antes de tudo. Sem uma comunicação confiável como poderemos decidir entre o comunismo e o capitalismo, entre o liberalismo e o socialismo? Eu posso vir a me inclinar por algum político mas antes acho que precisamos reestabelecer um diálogo confiável. E, para tanto, devemos aceitar a conversa de quem tem sido objetivo no que diz. Na desconversa, o fascismo se cria e sempre ganha.

Nosso esperança: mais de 31 milhões de abstenções e outros 10 milhões em brancos e nulos; perto de 31% do eleitorado. Mesmo q nenhum messiânico se desconverta do fascismo, basta-nos esse contingente de perplexos para vencermos. Mas temos que oferecer para eles uma conversa honesta.

Políticos ainda fazem política. Nós ainda precisamos deles para mudarmos tudo pacificamente. Um dia, espero, até da política profissional nos libertaremos, mas não será hoje ainda.

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Bom dia. Por vezes penso que alguns amigos não aceitam ainda a dimensão da nossa derrota eleitoral para o fascismo. Nós perdemos por uma diferença de mais de 10 milhões de votos, mais de 10%! É muito; e é difícil de reverter. O processo eleitoral é refém da publicidade, que é a linguagem que melhor se comunica com multidões. Mas através dela, no entanto, só comunicamos sínteses vazias de seus processos. Comunicar uma ideia complexa é muito mais difícil; toma tempo, é mais caro e exige um ouvinte disposto e crítico. Não bastasse esse já enorme empecilho, mesmo a melhor ideia tem que atravessar uma babel de informações difusas para chegar aos ouvidos de alguém; e, só então, ter a chance de convence-la. Quando proponho que tenhamos ouvidos para todos que ofereçam uma conversa razoável é porque acredito que a confusão favorece o fascismo; não por outra razão eles a promovem. Não cito políticos porque concordo com eles; mas porque deles posso discordar ou concordar numa conversa objetiva. Ciro, Manuela, Freixo, Verá Lúcia, Amoedo, Molon, FHC, Lula e outros são pessoas a quem posso me aliar contra o fascismo uma vez que com eles posso conversar em bases coerentes. Com Messias, Damares e Ventraubes da vida não há conversa possível. E essa des-conversa é proposital. É contra a perda de sentido da comunicação que devemos lutar antes de tudo. Sem uma comunicação confiável como poderemos decidir entre o comunismo e o capitalismo, entre o liberalismo e o socialismo? Eu posso vir a me inclinar por algum político mas antes acho que precisamos reestabelecer um diálogo confiável. E, para tanto, devemos aceitar a conversa de quem tem sido objetivo no que diz. Na desconversa, o fascismo se cria e sempre ganha. Nosso esperança: mais de 31 milhões de abstenções e outros 10 milhões em brancos e nulos; perto de 31% do eleitorado. Mesmo q nenhum messiânico se desconverta do fascismo, basta-nos esse contingente de perplexos para vencermos. Mas temos que oferecer para eles uma conversa honesta. Políticos ainda fazem política. Nós ainda precisamos deles para mudarmos tudo pacificamente. Um dia, espero, até da política profissional nos libertaremos, mas não será hoje ainda.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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