Pedro Cardoso: “Messias se vale da pandemia para torturar o povo brasileiro”

Jair Bolsonaro e Pedro Cardoso. Foto: Wikimedia Commons/Reprodução/YouTube

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Amigos, precisamos nos ajudar.

Sobre a última cena do caso Mandetta, demitido ou mantido ministro da saúde, penso o seguinte: Para compreender Messias precisamos entender como pensa o torturador; não o político. A morte do torturado é a derrota do torturador. Ao faze-lo morrer, o torturador perde o seu divertimento. O torturador precisa manter o torturado vivo e com esperança de parar de sofrer.

Quando Messias flerta com o alucinadamente irresponsável Osmar Terra e depois mantém Mandetta ministro ele está exercendo o seu prazer mórbido de nos aterrorizar com o pior para depois nos esperançar com o menos pior. Fosse uma tortura física, e Osmar seria o choque elétrico anunciado mas adiado; Mandetta é o tapa na cara que ocupa o lugar do choque.

O tapa parece um conforto quando substitui o choque; mas tudo é a sessão interminável de tortura a que estamos submetidos desde que 57 milhões colocaram um torturador no poder. Tomemos muito cuidado com as artes da tortura. Sentirmos alívio pelo golpe menos violento é o começo do caminho que nos leva a sermos gratos ao torturador por ele ter poupado a nossa vida.

Messias se vale da pandemia para torturar o povo brasileiro com a permanente ameaça assassina de liberar o convívio, mas sabe que, se o fizer, corre o risco de matar o torturado; ou de desesperança-lo; e a tortura, para sua eficiência, depende de manter o torturado cheio de esperança. Precisamos entender que não estamos lidando com política; mas com tortura. Lembrem: ao perceber a indignação ao termo “gripezinha”, Messias foi a TV repití-lo.

Ali o torturador havia descoberto um lugar onde o golpe doe ainda mais; e lá foi ele, cheio de prazer, repetir a agressão. Pensar Messias como um político é um erro. Ele tem que ser entendido como o que ele e: um torturador. Só assim teremos alguma chance de nos defender. Políticos eram outros.

Para nos opormos a Messias é preciso conhecermos como se opera a tortura, e evitarmos as suas armadilhas psicológicas. Mandetta como ministro da saúde é um tapa na nossa cara. E o tapa não se faz um carinho apenas porque o cheque elétrico seria mais doloroso.

Os 2 são igualmente uma agressão covarde.

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Amigos, precisamos nos ajudar. Sobre a última cena do caso Mandeta, demitido ou mantido ministro da saúde, penso o seguinte: Para compreender Messias precisamos entender como pensa o torturador; não o político. A morte do torturado é a derrota do torturador. Ao faze-lo morrer, o torturador perde o seu divertimento. O torturador precisa manter o torturado vivo e com esperança de parar de sofrer. Quando Messias flerta com o alucinadamente irresponsável Osmar Terra e depois mantém Mandeta ministro ele está exercendo o seu prazer mórbido de nos aterrorizar com o pior para depois nos esperançar com o menos pior. Fosse uma tortura física, e Osmar seria o choque elétrico anunciado mas adiado; Mandeta é o tapa na cara que ocupa o lugar do choque. O tapa parece um conforto quando substitui o choque; mas tudo é a sessão interminável de tortura a que estamos submetidos desde que 57 milhões colocaram um torturador no poder. Tomemos muito cuidado com as artes da tortura. Sentirmos alívio pelo golpe menos violento é o começo do caminho que nos leva a sermos gratos ao torturador por ele ter poupado a nossa vida. Messias se vale da pandemia para torturar o povo brasileiro com a permanente ameaça assassina de liberar o convívio, mas sabe que, se o fizer, corre o risco de matar o torturado; ou de desesperança-lo; e a tortura, para sua eficiência, depende de manter o torturado cheio de esperança. Precisamos entender que não estamos lidando com política; mas com tortura. Lembrem: ao perceber a indignação ao termo “gripezinha”, Messias foi a TV repití-lo. Ali o torturador havia descoberto um lugar onde o golpe doe ainda mais; e lá foi ele, cheio de prazer, repetir a agressão. Pensar Messias como um político é um erro. Ele tem que ser entendido como o que ele e: um torturador. Só assim teremos alguma chance de nos defender. Políticos eram outros. Para nos opormos a Messias é preciso conhecermos como se opera a tortura, e evitarmos as suas armadilhas psicológicas. Mandeta como ministro da saúde é um tapa na nossa cara. E o tapa não se faz um carinho apenas porque o cheque elétrico seria mais doloroso. Os 2 são igualmente uma agressão covarde.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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