Pedro Cardoso: “Não sabemos quantos dos 57 milhões de eleitores de Jair são nazifascistas de raiz”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/YouTube

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Bom domingo de carnaval para todos os amigos reunidos aqui nesse estranho espaço de convívio imaterial. As muitas opiniões de todos vocês têm me ajudado a pensar e a atravessar o pântano da política brasileira. Espero, cheio de gratidão, que a nossa troca de impressões ajude-nos a clarear o panorama. A mim, tem ajudado muito.

Queria sugerir que lessem texto publicado no poluído facebook por um grande amigo meu, Eduardo Spínola. Nossa amizade vem de longe, herdei-a da dele por meu pai, e nós a cultivamos em diversos campos de interesse comum: esportes, a França e, também, a política. Dito melhor, a sociologia mais do que a política apenas. Enfim, um grande amigo e um professor.

Nas últimas presidenciais, tomamos crucial decisão diferente, eu votando em Haddad e ele em Bolsonaro. Mas ambos o fizemos com intranquilidade.

Não quero falar por Eduardo – ele fala muito bem por si mesmo – mas adianto que logo aos primeiros sinais evidentes do nazifascismo messiânico, os alarmes da civilidade soaram aos berros na lucidez do meu amado amigo. Eu não espero contrição de quem iludiu-se com o falso Messias.

Seria mesquinho de nossa parte; e arrogante. Então nós não erramos? Ninguém está livre de erro e, é preciso aceitar que a escolha entre o petismo e o messianismo era trágica por sua fatalidade indesejada. Não sabemos quantos dos 57 milhões de eleitores de Jair são nazifascistas de raiz. É provável que muitos não o sejam. E nestes que deposito minhas esperanças de regresso da razoabilidade ao nosso convívio. Eduardo, em texto publicado no nefasto face, faz honesta revisão do que se passou com ele. É uma reflexão de enorme valor por sua coragem e honestidade intelectual.

A honestidade é o que esperamos uns dos outros e o que faz possível a concórdia na discórdia. Um honesto comunista e um honesto liberal serão fraternos amigos pois, mais que separados por suas visões de mundo, estarão unidos pela honestidade de sua conversa. Eduardo é tão apaixonado pela liberdade e pela justiça social quanto eu, mas somos imperfeitos, eu e ele, e, em razão de nossas insondáveis psicologias, tendemos a nos opor aqui e ali. Mas é só.

Nos une sermos honestos; intelectualmente honestos.

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Bom domingo de carnaval para todos os amigos reunidos aqui nesse estranho espaço de convívio imaterial. As muitas opiniões de todos vocês têm me ajudado a pensar e a atravessar o pântano da política brasileira. Espero, cheio de gratidão, que a nossa troca de impressões ajude-nos a clarear o panorama. A mim, tem ajudado muito. ❤️ Queria sugerir que lessem texto publicado no poluído facebook por um grande amigo meu, Eduardo Spínola. Nossa amizade vem de longe, herdei-a da dele por meu pai, e nós a cultivamos em diversos campos de interesse comum: esportes, a França e, também, a política. Dito melhor, a sociologia mais do que a política apenas. Enfim, um grande amigo e um professor. Nas últimas presidenciais, tomamos crucial decisão diferente, eu votando em Haddad e ele em Bolsonaro. Mas ambos o fizemos com intranquilidade. Não quero falar por Eduardo – ele fala muito bem por si mesmo – mas adianto que logo aos primeiros sinais evidentes do nazifascismo messiânico, os alarmes da civilidade soaram aos berros na lucidez do meu amado amigo. Eu não espero contrição de quem iludiu-se com o falso Messias. Seria mesquinho de nossa parte; e arrogante. Então nós não erramos? Ninguém está livre de erro e, é preciso aceitar que a escolha entre o petismo e o messianismo era trágica por sua fatalidade indesejada. Não sabemos quantos dos 57 milhões de eleitores de Jair são nazifascistas de raiz. É provável que muitos não o sejam. E nestes que deposito minhas esperanças de regresso da razoabilidade ao nosso convívio. Eduardo, em texto publicado no nefasto face, faz honesta revisão do que se passou com ele. É uma reflexão de enorme valor por sua coragem e honestidade intelectual. A honestidade é o que esperamos uns dos outros e o que faz possível a concórdia na discórdia. Um honesto comunista e um honesto liberal serão fraternos amigos pois, mais que separados por suas visões de mundo, estarão unidos pela honestidade de sua conversa. Eduardo é tão apaixonado pela liberdade e pela justiça social quanto eu, mas somos imperfeitos, eu e ele, e, em razão de nossas insondáveis psicologias, tendemos a nos opor aqui e ali. Mas é só. Nos une sermos honestos; intelectualmente honestos.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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