Pedro Cardoso: “Nosso maior inimigo contra o vírus é o nazifascismo assassino que foi levado ao poder”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/YouTube

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Sugiro texto de Demétrio Magnoli, na Folha de SP.

Achei de grande lucidez. Sempre, nós brasileiros, esquecemos que vivemos no Brasil e não nos EUA ou na Europa. Alheios às nossas características particulares, imitamos modelos alienígenas que não nos servem. Demétrio nos alerta que estamos a fazer o mesmo de novo em relação a pandemia atual. Sugiro a leitura. Amiga minha, que tem um familiar encarcerado no CDP de Maúa, grande SP, pede ajuda.

Parece haver já presos contaminados na unidade e interrupção na entrega de alimentos. Nós temos enorme resistência em cuidar dos nossos presos. A violência entre nós é tamanha que criou um ressentimento profundo em muitos de nós. É difícil mesmo defender a humanidade de quem pratica atos desumanos. Mas sejamos prudentes com a nossa ira. Muitos presos não são monstros nascidos monstros. E nossas precárias penitenciárias são fábricas de piorar pessoas, sabemos também. Eu sou apenas uma vítima genérica da violência; não posso julgar quem sofreu um ataque direto. Mas mesmo assim repito versos de Bono, do U2: “Não devemos nos tornar monstros para derrotar um monstro”. É preciso tratar com civilidade os presidiários. Muitos poderiam ser recuperados para o convívio se lhes déssemos uma honesta segunda chance, quero acreditar. Sobre o assunto, sugiro matéria de João Ruela Ribeiro, no O Público, jornal de Portugal.

Diferentemente do que o nazifascismo messiânico diz, defender o criminoso não é defender o crime; é justamente o oposto: é oferecer a ele o que ele nos negou mas a ele nós negamos antes: a chance de uma vida digna. Essa crise na saúde é também um desafio moral. Espero que estejamos a altura.

Sérgio Moro parece ter dito que a melhor maneira de reduzir a superlotação carcerária é diminuir a criminalidade. Mas não disse de que modo haveremos de diminuir a criminalidade. Então, ele não disse nada.

O crime só se torna um problema policial quando não é enfrentado como o problema social que ele de fato é. Mas Sérgio, serviçal oportunista de Messias, não manifesta preocupação alguma com o drama social brasileiro.

Nosso maior inimigo contra o virus é o nazifascismo assassino que foi levado ao poder.

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Bom dia. Sugiro texto de Demétrio Magnoli, na Folha de SP. Achei de grande lucidez. Sempre, nós brasileiros, esquecemos que vivemos no Brasil e não nos EUA ou na Europa. Alheios às nossas características particulares, imitamos modelos alienígenas que não nos servem. Demétrio nos alerta que estamos a fazer o mesmo de novo em relação a pandemia atual. Sugiro a leitura. Amiga minha, que tem um familiar encarcerado no CDP de Maúa, grande SP, pede ajuda. Parece haver já presos contaminados na unidade e interrupção na entrega de alimentos. Nós temos enorme resistência em cuidar dos nossos presos. A violência entre nós é tamanha que criou um ressentimento profundo em muitos de nós. É difícil mesmo defender a humanidade de quem pratica atos desumanos. Mas sejamos prudentes com a nossa ira. Muitos presos não são monstros nascidos monstros. E nossas precárias penitenciárias são fábricas de piorar pessoas, sabemos também. Eu sou apenas uma vítima genérica da violência; não posso julgar quem sofreu um ataque direto. Mas mesmo assim repito versos de Bono, do U2: “Não devemos nos tornar monstros para derrotar um monstro”. É preciso tratar com civilidade os presidiários. Muitos poderiam ser recuperados para o convívio se lhes déssemos uma honesta segunda chance, quero acreditar. Sobre o assunto, sugiro matéria de João Ruela Ribeiro, no O Público, jornal de Portugal. Diferentemente do que o nazifascismo messiânico diz, defender o criminoso não é defender o crime; é justamente o oposto: é oferecer a ele o que ele nos negou mas a ele nós negamos antes: a chance de uma vida digna. Essa crise na saúde é também um desafio moral. Espero que estejamos a altura. Sérgio Moro parece ter dito que a melhor maneira de reduzir a superlotação carcerária é diminuir a criminalidade. Mas não disse de que modo haveremos de diminuir a criminalidade. Então, ele não disse nada. O crime só se torna um problema policial quando não é enfrentado como o problema social que ele de fato é. Mas Sérgio, serviçal oportunista de Messias, não manifesta preocupação alguma com o drama social brasileiro. Nosso maior inimigo contra o virus é o nazifascismo assassino que foi levado ao poder.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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