Pedro Cardoso sobre bolsonaristas: “O que move os sedentos de opressão é um medo muito infantil”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/Instagram

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Bom dia.

Messias e Heleno atacam hoje o orçamento impositivo que Messias, quando era deputado, defendia. Vé-se que são pessoas sem convicção alguma sobre nada. Opinam de acordo com o interesse do momento. No entanto, mais esta evidência da desonestidade intelectual de Messias pouco atinge os 57 milhões que nele se espelharam. Dizem eles que outros políticos fazem o mesmo e que Messias luta contra um congresso corrupto – como se o outro não fosse e como se este não tivesse uma enorme quantidade de congressistas eleitos na maré bolsonarista. Claro como a luz mas inútil para quem está cego.

O que move os sedentos de opressão é algo muito subterrâneo na pessoa; um medo muito infantil. Difícil demover apenas com fatos os obstáculos imposto à lucidez pela psicologia. O que fazer, então? Eu não sei bem. Mas acredito que mantermos a nossa lucidez é fundamental para evidenciarmos a alucinação do outro para ele mesmo. Por isso eu insisto tanto em que nós que embarcamos no projeto de Brasil do PT não nos façamos cegos nós também. Muitos se chateiam comigo por acharem que eu igualo o petismo ao bolsonarismo; o que nunca fiz. O que eu assemelho é o movimento psicológico de negação de verdades evidentes por incapacidade de a pessoa se dissociar de uma identidade coletiva.

Negar os crimes feitos em nome do socialismo é o mesmo que negar os crimes feitos em nome do capitalismo. Se nós, amantes do Brasil que o PT prometia, nos alucinamos em defesa dele contribuímos para a loucura dominante e assim enfraquecemos a verdade; e só a verdade salva, já dizia o deus aviltado pelos charlatões de agora. O melhor do PT, para mim, não são os seus líderes; são justamente aqueles que ficaram distante do poder, ainda trabalhando nas fábricas enquanto outros viraram políticos profissionais. O melhor do PT, para mim, são os derrotados dentro do partido ou os que dele saíram, expulsos ou por vontade, e mantiveram-se assim fies ao desejo de um Brasil sem poder supremo.

Jair Messias já fala em eleger um congresso milagroso pelo Aliança em 22. Está estrategicamente certo. Mais do que a um presidente, eu acho que devemos nos dedicar a eleger a nossa multidão de parlamentares.

Mas quem serão eles?

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Bom dia. Messias e Heleno atacam hoje o orçamento impositivo que Messias, quando era deputado, defendia. Vé-se que são pessoas sem convicção alguma sobre nada. Opinam de acordo com o interesse do momento. No entanto, mais esta evidência da desonestidade intelectual de Messias pouco atinge os 57 milhões que nele se espelharam. Dizem eles que outros políticos fazem o mesmo e que Messias luta contra um congresso corrupto – como se o outro não fosse e como se este não tivesse uma enorme quantidade de congressistas eleitos na maré bolsonarista. Claro como a luz mas inútil para quem está cego. O que move os sedentos de opressão é algo muito subterrâneo na pessoa; um medo muito infantil. Difícil demover apenas com fatos os obstáculos imposto à lucidez pela psicologia. O que fazer, então? Eu não sei bem. Mas acredito que mantermos a nossa lucidez é fundamental para evidenciarmos a alucinação do outro para ele mesmo. Por isso eu insisto tanto em que nós que embarcamos no projeto de Brasil do PT não nos façamos cegos nós também. Muitos se chateiam comigo por acharem que eu igualo o petismo ao bolsonarismo; o que nunca fiz. O que eu assemelho é o movimento psicológico de negação de verdades evidentes por incapacidade de a pessoa se dissociar de uma identidade coletiva. Negar os crimes feitos em nome do socialismo é o mesmo que negar os crimes feitos em nome do capitalismo. Se nós, amantes do Brasil que o PT prometia, nos alucinamos em defesa dele contribuímos para a loucura dominante e assim enfraquecemos a verdade; e só a verdade salva, já dizia o deus aviltado pelos charlatões de agora. O melhor do PT, para mim, não são os seus líderes; são justamente aqueles que ficaram distante do poder, ainda trabalhando nas fábricas enquanto outros viraram políticos profissionais. O melhor do PT, para mim, são os derrotados dentro do partido ou os que dele saíram, expulsos ou por vontade, e mantiveram-se assim fies ao desejo de um Brasil sem poder supremo. Jair Messias já fala em eleger um congresso milagroso pelo Aliança em 22. Está estrategicamente certo. Mais do que a um presidente, eu acho que devemos nos dedicar a eleger a nossa multidão de parlamentares. Mas quem serão eles?

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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