Pedro Cardoso sobre curso de “crimes financeiros” de ministro: “Moro trabalha no poder estatal. Esse é o negócio dele”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/Instagram

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Bom dia.

Achei graça na publicidade da foto. Não conheço o curso, nem nada sei da empresa q oferece. Fiquei intrigado com a expressão “pós finanças”. Alguém sabe dizer o que significa? Seriam as finanças após o quê? Achei também curioso a autodefinição da instituição PUCRS: “escola de negócios”. E achei significativo que, entre tantos palestrantes a seu serviço, a PUCRS tenha escolhido Sérgio como o garoto propaganda. A matéria que Sergio ministra é “direito e crimes financeiros”. Curioso que tal tema – crimes! – se aprenda em uma “escola de negócios”. Mas me parece fazer sentido.

Negócios e crimes andam muito próximos; para não dizer, indissociavelmente associados! O crime do negócio é servir unicamente ao lucro do capital e nunca a função social da atividade que explora. Hospitais há que vendem exames e diagnósticos precários em lugar de produzir saúde; fazendas que produzem alimento que não alimenta quem nelas trabalha; fábricas cujos produtos seus operários não podem comprar; espetáculos de teatro popular que o povo não tem como frequentar; escolas que ensinam a ser a pessoa que o negócio do mundo deseja que sejamos e não a pessoa que nascemos para ser. Na minha opinião, há algo estruturalmente desonesto em todo negócio; principalmente, no mais lucrativo de todos: O PODER; e o poder mora em dois endereços: no capital e no Estado.

Sérgio Moro, o garoto propaganda da PUCRS, trabalha no Poder estatal. Esse é o negócio dele. Seus colegas de escritório são messias, aécios, sarneys, renans, dirceus, dilmas, luizes… Uns são melhores do que outros; poucos são muito melhores do que outros; mas todos são sócios do grande negócio do PODER, onde os crimes financeiros – q Sérgio ensina – são a norma. Espero que ele dê uma aula sobre de que modo administrar fundações com dinheiro de corrupção devolvido ao Estado. Será que o curso contempla essa modalidade de crime financeiro?

Duvido muito.

Sugiro THE IRISHMAN, filme de Martin Scorsese. Brilhante narrativa sobre a cumplicidade e as traições entre máfias, sindicatos e governos. A história é real apesar de sua violência difícil de acreditar. Filme sobre negócios.

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Bom dia. Achei graça na publicidade da foto. Não conheço o curso, nem nada sei da empresa q oferece. Fiquei intrigado com a expressão “pós finanças”. Alguém sabe dizer o que significa? Seriam as finanças após o quê? Achei também curioso a autodefinição da instituição PUCRS: “escola de negócios”. E achei significativo que, entre tantos palestrantes a seu serviço, a PUCRS tenha escolhido Sérgio como o garoto propaganda. A matéria que Sergio ministra é “direito e crimes financeiros”. Curioso que tal tema – crimes! – se aprenda em uma “escola de negócios”. Mas me parece fazer sentido. Negócios e crimes andam muito próximos; para não dizer, indissociavelmente associados! O crime do negócio é servir unicamente ao lucro do capital e nunca a função social da atividade que explora. Hospitais há que vendem exames e diagnósticos precários em lugar de produzir saúde; fazendas que produzem alimento que não alimenta quem nelas trabalha; fábricas cujos produtos seus operários não podem comprar; espetáculos de teatro popular que o povo não tem como frequentar; escolas que ensinam a ser a pessoa que o negócio do mundo deseja que sejamos e não a pessoa que nascemos para ser. Na minha opinião, há algo estruturalmente desonesto em todo negócio; principalmente, no mais lucrativo de todos: O PODER; e o poder mora em dois endereços: no capital e no Estado. Sérgio Moro, o garoto propaganda da PUCRS, trabalha no Poder estatal. Esse é o negócio dele. Seus colegas de escritório são messias, aécios, sarneys, renans, dirceus, dilmas, luizes… Uns são melhores do que outros; poucos são muito melhores do que outros; mas todos são sócios do grande negócio do PODER, onde os crimes financeiros – q Sérgio ensina – são a norma. Espero que ele dê uma aula sobre de que modo administrar fundações com dinheiro de corrupção devolvido ao Estado. Será que o curso contempla essa modalidade de crime financeiro? Duvido muito. Sugiro THE IRISHMAN, filme de Martin Scorsese. Brilhante narrativa sobre a cumplicidade e as traições entre máfias, sindicatos e governos. A história é real apesar de sua violência difícil de acreditar. Filme sobre negócios.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: pedrozambarda@gmail.com

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