Pedro Cardoso sobre milicianos: “Vejam Poderoso Chefão. Condecorar assassinos tem a intenção de dar benção legal a seus crimes”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/YouTube

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Este é Adriano Nobrega, fugitivo da justiça que Sérgio – o paladino – não incluiu na sua lista dos 10 bandidos mais procurados embora pese sobre ele suspeitas de envolvimento no assassinato de Marielle. Morreu em confronto com a polícia, dizem por ter reagido (pode ser, pode não ser).

Quando esteve preso, condenado por assassinato, foi condecorado por Flávio Bolsonaro. Depois, foi inocentado em uma dessas reviravoltas que desmoralizam todo o nosso sistema judiciário. Se era inocente, é um absurdo que tenha sido condenado; se era culpado, é uma absurdo que tenha sido inocentado.

O meu ponto aqui é que no momento em que foi condecorado por Flávio ele ainda não havia sido inocentado; era dito culpado pela justiça. Flávio condecorou alguém que o Brasil havia condenado por assassinato. Flávio não tinha como assegurar-se de que Adriano era inocente a não ser que se coloque a cima da lei. Pergunto-me que legalidade é a nossa que permite a um condenado por assassinato receber condecoração pública. Que estado de direito pode garantir tamanha agressão a civilidade? As fotos seguintes são de Flávio. Imaginando que nunca se prove a ligação tão provável entre Flávio e Adriano, apesar de ele empregar a mãe dele em seu cadinho de espaço público, é impossível deixar de responsabiliza-lo pelo despautério de haver condecorado um assassino em vigor de sua condenação. Como poderia ele ter garantias da inocência do seu protegido?

Não poderia. Ao menos que fosse tão próximo dele que o próprio tivesse tido com ele conversa íntima sobre seus “não crimes”; mas Flávio diz não conhece-lo bem. Qualquer que seja a verdade – que dificilmente será conhecida – não é possível negar que Flávio é culpado da irresponsabilidade criminosa de haver condecorado pessoa condenada que, depois de inocentado, incorreu em outros crimes e morreu foragido da polícia.

No mínimo, Flávio não sabe julgar quem é merecedor de honrarias. Isso me basta para julga-lo desmerecedor de exercer função pública. Todo crime organizado quer se legalizar.

Vejam O Poderoso Chefão, de Copolla. Condecorar assassinos tem a intenção de dar benção legal a seus crimes. Estamos desamparados.

Perdemos o país.

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Este é Adriano Nobrega, fugitivo da justiça que Sérgio – o paladino – não incluiu na sua lista dos 10 bandidos mais procurados embora pese sobre ele suspeitas de envolvimento no assassinato de Marielle. Morreu em confronto com a polícia, dizem por ter reagido (pode ser, pode não ser). Quando esteve preso, condenado por assassinato, foi condecorado por Flávio Bolsonaro. Depois, foi inocentado em uma dessas reviravoltas que desmoralizam todo o nosso sistema judiciário. Se era inocente, é um absurdo que tenha sido condenado; se era culpado, é uma absurdo que tenha sido inocentado. O meu ponto aqui é que no momento em que foi condecorado por Flávio ele ainda não havia sido inocentado; era dito culpado pela justiça. Flávio condecorou alguém que o Brasil havia condenado por assassinato. Flávio não tinha como assegurar-se de que Adriano era inocente a não ser que se coloque a cima da lei. Pergunto-me que legalidade é a nossa que permite a um condenado por assassinato receber condecoração pública. Que estado de direito pode garantir tamanha agressão a civilidade? As fotos seguintes são de Flávio. Imaginando que nunca se prove a ligação tão provável entre Flávio e Adriano, apesar de ele empregar a mãe dele em seu cadinho de espaço público, é impossível deixar de responsabiliza-lo pelo despautério de haver condecorado um assassino em vigor de sua condenação. Como poderia ele ter garantias da inocência do seu protegido? Não poderia. Ao menos que fosse tão próximo dele que o próprio tivesse tido com ele conversa íntima sobre seus “não crimes”; mas Flávio diz não conhece-lo bem. Qualquer que seja a verdade – que dificilmente será conhecida – não é possível negar que Flávio é culpado da irresponsabilidade criminosa de haver condecorado pessoa condenada que, depois de inocentado, incorreu em outros crimes e morreu foragido da polícia. No mínimo, Flávio não sabe julgar quem é merecedor de honrarias. Isso me basta para julga-lo desmerecedor de exercer função pública. Todo crime organizado quer se legalizar. Vejam O Poderoso Chefão, de Copolla. Condecorar assassinos tem a intenção de dar benção legal a seus crimes. Estamos desamparados. Perdemos o país.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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