Pedro Cardoso: “triste assistir ministros militares de Messias se empenhando em esconder os crimes do tenente”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/Instagram

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Pergunto-me sempre a razão de o amor à pátria estar sempre associado às forças armadas, como se o patriotismo se encerasse em sua possibilidade bélica; como se não houvesse patriotismo a ser exercido em tempos de paz. Ora, toda atividade é patriótica quando o bem pessoal harmoniza os seus interesses com os do bem coletivo. O limpador de rua, a enfermeira, o professor, o ator… todo mundo é tão patriota quando o soldado. Ou não é?

Talvez, a origem dessa indevida exclusividade que as forças armadas requisitam sobre o patriotismo tenha origem na origem mesma das nações. Toda nação é um exército; toda nação defende-se de, e ataca, outras nações. Mas esta é uma origem, e não uma essência. A essência de uma nação está em sua paz, não em sua guerra. Uma nação é um ordenamento de paz entre pessoas que escolhem colaborar em lugar de guerrear entre si. A humanidade anseia a pacificação de todas as nações, muito embora este anseio hesite frente a outros. Qdo no futuro houver a paz total, e não houver mais razão para haver forças armadas, continuará a haver nações e amor por elas.

Trago esse assunto porque penso que uma das grandes fragilidades da nossa democracia é as forças armadas brasileiras sequestrarem para si o monopólio do patriotismo. Há militares patriotas, sem dúvida, mas não mais do que atrizes, faxineiras, motoristas etc. O serviço obrigatório deveria facultar a escolha da atividade voltada para o bem público; e não apenas a militar. Militares vivem em grupos seus, menores que a nação.

Têm escolas, hospitais, clubes, aposentadorias, justiça militares. Afastam-se do povo pois compreende-se a cima do povo; pois entende-se guardiões únicos do amor pela pátria. Políticos vivem no faz-de-conta da politicolândia; militares também vivem protegidos da realidade em seus pequenos círculos de todos iguais. Por isso, quando o inimigo real surge dentro do quartel os militares não reconhecem.

Protegem a biografia da força sacrificando a verdade.

Foi triste assistir os ministros militares de Messias se empenhando em esconder do povo os crimes do tenente.

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Bom dia. Pergunto-me sempre a razão de o amor à pátria estar sempre associado às forças armadas, como se o patriotismo se encerasse em sua possibilidade bélica; como se não houvesse patriotismo a ser exercido em tempos de paz. Ora, toda atividade é patriótica quando o bem pessoal harmoniza os seus interesses com os do bem coletivo. O limpador de rua, a enfermeira, o professor, o ator… todo mundo é tão patriota quando o soldado. Ou não é? Talvez, a origem dessa indevida exclusividade que as forças armadas requisitam sobre o patriotismo tenha origem na origem mesma das nações. Toda nação é um exército; toda nação defende-se de, e ataca, outras nações. Mas esta é uma origem, e não uma essência. A essência de uma nação está em sua paz, não em sua guerra. Uma nação é um ordenamento de paz entre pessoas que escolhem colaborar em lugar de guerrear entre si. A humanidade anseia a pacificação de todas as nações, muito embora este anseio hesite frente a outros. Qdo no futuro houver a paz total, e não houver mais razão para haver forças armadas, continuará a haver nações e amor por elas. Trago esse assunto porque penso que uma das grandes fragilidades da nossa democracia é as forças armadas brasileiras sequestrarem para si o monopólio do patriotismo. Há militares patriotas, sem dúvida, mas não mais do que atrizes, faxineiras, motoristas etc. O serviço obrigatório deveria facultar a escolha da atividade voltada para o bem público; e não apenas a militar. Militares vivem em grupos seus, menores que a nação. Têm escolas, hospitais, clubes, aposentadorias, justiça militares. Afastam-se do povo pois compreende-se a cima do povo; pois entende-se guardiões únicos do amor pela pátria. Políticos vivem no faz-de-conta da politicolândia; militares também vivem protegidos da realidade em seus pequenos círculos de todos iguais. Por isso, quando o inimigo real surge dentro do quartel os militares não reconhecem. Protegem a biografia da força sacrificando a verdade. Foi triste assistir os ministros militares de Messias se empenhando em esconder do povo os crimes do tenente.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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