Atriz de novela da Globo faz desabafo após cena de aborto: ‘Nada me doeu tanto’

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Edilene (Cynthia Senek) morreu nos braços do pai em cene exibida no último sábado (15) em A Dona do Pedaço

Do Notícias da TV:

Cynthia Senek relatou tudo o que sentiu para gravar as cenas em que sua personagem em A Dona do Pedaço fez um aborto indesejado e morreu nos braços do pai. A intérprete da empregada Edilene na trama de Walcyr Carrasco revelou que chorou o tempo inteiro, teve crises de tremedeira e dificuldade para dormir.

Em um post feito em seu Instagram no último domingo (16), a atriz mostrou fotos da cena, dos bastidores e um vídeo em que aparece com a mão trêmula durante a gravação. Na legenda, fez um longo desabafo. “Neste dia eu tava desfigurada. Por dentro e por fora. Chorei do início ao fim da gravação. Tremi antes, durante e depois de estar em cena”, lembrou.

“Não dormi direito na noite anterior. Quando cheguei pra gravar, fiquei concentrando no que aquela menina de 21 anos estava passando naquele momento até abortar. Tinha um nó na minha garganta que me prendia a fala. Cheguei a pedir pro pessoal da maquiagem não passar nada em mim, eu não via sentido naquilo”, relatou a atriz.

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“Confesso que quando eu li histórias, ouvi relatos e estudei sobre aborto nada me doeu tanto como estar lá e gravar essas cenas. Estar lá realizando uma cena em que eu era uma mulher que tinha que abortar”, contou Cynthia.

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nesse dia eu tava desfigurada. por dentro e por fora. chorei do início ao fim da gravação. tremi antes, durante e depois de estar em cena. ñ dormi direito na noite anterior. quando cheguei pra gravar, fiquei concentrando no que aquela menina de 21 anos estava passando naquele momento até abortar. tinha um nó na minha garganta que me prendia a fala. cheguei a pedir pro pessoal da maquiagem não passar nada em mim, eu não via sentido naquilo. confesso que quando eu li histórias, ouvi relatos e estudei sobre aborto, nada me doeu tanto como estar lá e gravar essas cenas. ESTAR LÁ realizando uma cena em que eu era uma mulher que tinha que abortar. então naquele momento eu não podia julgá-la, eu tinha que entendê-la. entender o outro é aceitar que você não precisa fazer as mesmas escolhas que ele mas pode respeitá-las. eu fui tão forte que chorei pra dentro. (alguém já chorou pra dentro?). é como se fosse um grito interno que só você consegue ouvir. gritei e andei. então a motivação da Edilene virou o pai. É, o pai. imaginem uma menina de 21 anos tendo que escolher entre ter um filho em uma situação miserável, sem emprego, sozinha e vendo o seu pai que é a pessoa que mais ama na vida perder o seu emprego e toda sua vida também. afinal os dois moram na casa dos patrões. imagine ela, que quis ter um filho e depois de grávida ter que tirá-lo. imagine essa dor. se você é uma mulher livre, e tem oportunidade de fazer suas próprias escolhas, agradeça! pois essa personagem fez eu entender que não são todas as mulheres que têm esse privilégio.

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Larissa Bernardes

Editora. Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

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