Da coluna do jornalista Ancelmo Gois em O Globo:
Chico Buarque de Hollanda vai receber o Prêmio Camões de Literatura, em setembro, em Lisboa.
Mas a escolha da capital portuguesa não foi dele.
Desde que o prêmio foi instituído pelos governos do Brasil e de Portugal,em 1988, há revezamento entre os dois países do local da cerimônia de entrega ao laureado. Lisboa ajuda a evitar eventuais constrangimentos políticos.
Afinal, Bolsonaro não estima Chico. E Chico não estima Bolsonaro. Um longe do outro evita repetir o furdúncio ocorrido em fevereiro de 2017, quando, ao receber o Prêmio Camões daquele ano, em São Paulo, Raduan Nassar fez duras críticas a Temer, acusando-o de golpista.
Presente, o então ministro da Cultura, Roberto Freire, tentou sair em defesa do governo e, diante da vaia da plateia aos gritos “Fora Temer”, chegou a sugerir que o autor de “Lavoura arcaica” devolvesse o Prêmio, cujo valor é de 100 mil euros ( 50 mil pagos pelo Brasil, e 50 mil por Portugal).
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