Da crônica do humorista Gregório Duvivier na Folha de S.Paulo.
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A Lava Jato desenvolveu um tumor autoritário que ganhou eleições. O bicho cresceu tanto que hoje Moro vive pra alimentá-lo. O Batman brasileiro, quem diria, trabalha como guarda-costas de miliciano.
O que fazer quando a verruga é maior do que o dono? Impossível cortá-la sem arrancar de Moro os órgãos vitais. Há quem diga, sobre a Lava Jato, que não se deve jogar fora o bebê junto da água da bacia. Na metáfora, o bebê seria a prisão de corruptos, enquanto a água da bacia seriam os grampos não autorizados, o vazamento de delações, a blindagem de FHC, as palestras, os laranjas, o Beach Park e, claro, a adesão a um dos candidatos, que mais tarde viria a empregá-lo. A metáfora do bebê não se presta, a não ser que você dê banho no seu filho dentro de uma vala de esgoto.
A Lava Jato se parece mais com uma latrina —e a imprensa hesita em dar a descarga, como se houvesse um bebê ali dentro. Não tem. O filhote tem outro nome.
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