Escândalos sexuais mancham a imagem do K-pop

Seungri, ex-membro da banda Big Bang Foto: – / STR/ YONHAP / AFP

Reportagem de Min Joo Kim no The Washington Post informa que escândalos sexuais que vêm abalando o mundo reluzente do K-pop, força motriz da exportação musical da Coreia do Sul. Alguns dos grandes nomes dessa indústria foram acusados nos últimos meses de drogarem e estuprarem mulheres e administrarem uma rede de prostituição. Muitos dos acusados negam as acusações. Mas isto não abafou o choque sentido pelos fãs do K-pop – a maioria meninas adolescentes – que têm boicotado seus heróis na que se tornou uma versão sul-coreana do movimento #MeToo. Mais de 200.000 pessoas assinaram petição dirigida ao gabinete da presidência do país exigindo uma investigação completa do caso. A desonra está forçando os sul-coreanos a abandonarem sua concepção bem estabelecida da indústria de música local que criou uma base global de fãs das suas estrelas jovens e da sua imagem bem apresentada e cuidadosamente cultivada. “Não consigo acreditar que o meu ídolo explorava mulheres de maneira tão escabrosa e degradante”, disse Cho Yeon-joo, que admirava o grupo K-pop chamado Big Bang e chegou a faltar às aulas para assistir aos seus concertos.

De acordo com a publicação, notícias de crimes sexuais envolvendo o cantor do Big Bang,  Lee Seung-hyun,  acabaram com uma década de amor que Cho nutria pela banda, disse ela. O K-pop – uma combinação de danças sincronizadas, trajes cintilantes, músicas atrativas e sua performance no palco –  é extremamente popular na Coreia do Sul e também a principal marca cultural do país. Mas as acusações contra os cantores ameaçam a imagem de pessoas inofensivas que tornou o K-pop tão entusiasmante. Os danos à ideia de uma indústria de reputação ilibada deve abalar a imagem do Hallyu como um todo, declarou o jornal JoongAng Ilbo em um editorial em março, usando o termo para a chamada onda coreana de produtos que abrangem até regimes elaborados para cuidar da pele. As ações de empresas de entretenimento listadas em bolsa mais expostas ao escândalo despencaram à medida que as acusações começaram a ser noticiadas.

No centro do escândalo está Lee, do grupo Big Bang, conhecido como Seungri, e a boate Burning Sun da qual ele é em parte proprietário, situada no bairro de Gangnam, em Seul. Os promotores alegam que o clube era um refugio para uso de drogas e que ele oferecia serviços de prostituição para clientes VIP. Lee é investigado com base em acusações de prostituição, uso de drogas para abusar de mulheres e de filmá-las praticando  atos sexuais sem o consentimento delas. O caso foi remetido aos promotores no mês passado, mas não foi anunciada nenhuma data para início do processo legal. “Devia ter agido com mais responsabilidade” disse ele ao público em um concerto no início do ano. “Espero que vocês desfrutem do show…Sou grato a vocês e me desculpem”, completa o Post.

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Música
Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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