Thaís Matos no G1 informa que os autores e músicos Kalaf Epalanga e Gaël Faye divertiram a plateia falando de temas sérios como guerra, imigração e racismo no horário nobre da 17ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) nesta quinta (11). A noite começou com a mediadora, Marina Person, passando um carão com Kalaf Epalanga. Ela falou do sotaque de Portugal dele, mas o autor lembrou que seu português é de Angola. Foi um segundo de tensão que se dissipou com risos gerais.
De acordo com a publicação, a brincadeira persistiu a noite inteira. Ao contar a história de sua prisão na Europa, ponto de partida de seu livro, Epalanga refletiu: “Na cadeia, comecei a repensar minha vida. Por que não estudei direito? Não ouvi minha mãe?”. Mais uma vez, fez todo mundo rir. Seu livro “Também os brancos sabem dançar” começou a ser pensado no Rio de Janeiro durante o festival black2black, seu primeiro encontro com “o Brasil real”. Ele também é músico, à frente da banda Buraka Som Sistema, de Kuduro, ritmo angolano.
Gaël Faye é mais tímido e mais afiado sobre questões raciais. Seu livro “Meu pequeno país” conta a história de Gabriel, um menino do Burundi que se descobre mestiço após a guerra civil em Ruanda. Para ele, escrever esse livro era questão urgente, completa o portal.
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