Pedro Cardoso: “A falsa similaridade entre bolsonarismo e lulopetismo camufla a aversão aos pobres”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/Instagram

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Venho sugerir, novamente, a leitura do livro O Fascismo Eterno, de Umberto Eco, ed. Record.

Qdo chamei de fascista – e depois de nazifascista – o movimento político gestado nas igrejas de falsa fé, nos quartéis de falso patriotismo, nas elites de falsa brasilidade e na pobreza de nenhuma esperança muitos vieram me corrigir. Diziam ser uma imprecisão histórica e aprisionavam o fascismo no seu evento italiano. Mas, mesmo compreendendo os argumentos dos defensores da História, a minha ignorância insistia em nomear de fascismo o q via se revelar no brasil.

Eu percebia uma irmandade entre o acontecimento italiano e o nosso. Faltava-me estudo para defender a minha intuição até q chegou as minhas mão o livro de Eco. Nele encontra-se conceituado o fascismo eterno do qual o brasileiro é a expressão atualizada. Convém lermos o livro com a frequência com q se lê uma bíblia.

A pregação de Umberto – maravilhoso homem sábio cuja a obra Viagem na Irrealidade Cotidiana ilumina as questões contemporâneas – tem função preventiva. Nela se conhecerá o pavor ao comunismo que enseja o fascismo; e a falsidade deste e a fragilidade daquele. Uma sociedade adoece tal qual uma pessoa.

A PARANÓIA é uma inflamação do medo; em seu extremo, causa delírio persecutório e vitimização pessoal. O PT merece as maiores censuras mas nunca teve poder para instalar uma ordem comunista no brasil; nem quis. Na desordem petista havia ganância desonesta, embriaguês de poder, mas tb algo de sua honesta origem popular q sobreviveu a ascensão do partido.

A paranóia comunista, fundamental para sedução fascista, é, na verdade, APOROFOBIA: AVERSÃO AOS POBRES E A POBREZA. Ensinou-me Graziella o conceito da filósofa Adela Cortina. A presença do pobre evidencia a indignidade da riqueza excessiva.

Daí nós todos a temermos pois todos nós sonhamos com a riqueza excessiva. Outro dia, um amigo bolsonarista tentava relativizar o fascismo acusando o “comunismo” petista de igualmente radical.

A falsa similaridade entre bolsonarismo e lulopetismo camufla a aporofobia de milhões de eleitores.

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Bom dia. Venho sugerir, novamente, a leitura do livro O Fascismo Eterno, de Umberto Eco, ed. Record. Qdo chamei de fascista – e depois de nazifascista – o movimento político gestado nas igrejas de falsa fé, nos quartéis de falso patriotismo, nas elites de falsa brasilidade e na pobreza de nenhuma esperança muitos vieram me corrigir. Diziam ser uma imprecisão histórica e aprisionavam o fascismo no seu evento italiano. Mas, mesmo compreendendo os argumentos dos defensores da História, a minha ignorância insistia em nomear de fascismo o q via se revelar no brasil. Eu percebia uma irmandade entre o acontecimento italiano e o nosso. Faltava-me estudo para defender a minha intuição até q chegou as minhas mão o livro de Eco. Nele encontra-se conceituado o fascismo eterno do qual o brasileiro é a expressão atualizada. Convém lermos o livro com a frequência com q se lê uma bíblia. A pregação de Umberto – maravilhoso homem sábio cuja a obra Viagem na Irrealidade Cotidiana ilumina as questões contemporâneas – tem função preventiva. Nela se conhecerá o pavor ao comunismo que enseja o fascismo; e a falsidade deste e a fragilidade daquele. Uma sociedade adoece tal qual uma pessoa. A PARANÓIA é uma inflamação do medo; em seu extremo, causa delírio persecutório e vitimização pessoal. O PT merece as maiores censuras mas nunca teve poder para instalar uma ordem comunista no brasil; nem quis. Na desordem petista havia ganância desonesta, embriaguês de poder, mas tb algo de sua honesta origem popular q sobreviveu a ascensão do partido. A paranóia comunista, fundamental para sedução fascista, é, na verdade, APOROFOBIA: AVERSÃO AOS POBRES E A POBREZA. Ensinou-me Graziella o conceito da filósofa Adela Cortina. A presença do pobre evidencia a indignidade da riqueza excessiva. Daí nós todos a temermos pois todos nós sonhamos com a riqueza excessiva. Outro dia, um amigo bolsonarista tentava relativizar o fascismo acusando o “comunismo” petista de igualmente radical. A falsa similaridade entre bolsonarismo e lulopetismo camufla a aporofobia de milhões de eleitores.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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