Pedro Cardoso sobre o eleitor de Bolsonaro: “O super herói é o sonho do sub cidadão. O ódio é o amor dos rejeitados”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/YouTube

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Sugiro o filme TAXI DRIVER, de Martin Scorcese, com o genial Robert de Niro.

O filme é uma absoluta obra prima. O protagonista, retratado na sua imensa solidão, impotente diante de uma mundo agressivo, menosprezado por todos, humilhado pela pobreza, ansioso por ser dono do próprio destino me fez pensar em alguns dos eleitores de Messias. É trágico o encontro entre pessoas oprimidas pelo negócio desonesto do mundo e a oferta de poder oferecido por falsas religiões.

O super herói é o sonho do sub cidadão. A violência é o carinho dos rancorosos. O ódio é o amor dos rejeitados. Eu tenho tido sorte na vida; nasci bem e tive sucesso profissional.

Mas nos dias em estive próximo da injustiça do mundo, flertei com o desespero. Lembro de ver chegar o fim do mês e, apesar de eu ter trabalhado todas as horas que pude, me faltar dinheiro para os últimos dias. Lembro de estar diante de quem decidiria o meu pagamento e me saber incapaz de evitar a exploração que me seria imposta. Durou uns 15 anos a minha agonia.

Depois, minha vida melhorou e eu fui me esquecendo… mas nunca esqueci; apenas me distrai da lembrança. Não sei o que teria me acontecido se a minha vida tivesse permanecido sem saída. Mas pela educação que tive sei que eu jamais seria um eleitor do nazifascismo; e pelo amor com que fui criado, também não viria a me tornar um violento, como o taxi driver do filme. Talvez eu por fim me conformasse em ser triste, apenas isso.

Mais não sei; mas sei que posso compreender o medo que assusta os oprimidos pela falta de dinheiro e lugar. Embora não creia que as dificuldades financeiras e a invisibilidade façam por si só de alguém um fascista, não duvido que elas sejam elementos da possível equação. Não é à toa q as igrejas prometem riqueza e prestígio.

Vejam o filme. Eu, se não me tornei um taxi driver foi porque antes me tornei agostinho carrara, dono da carrara taxi ou taxi carrara. Não decidi ainda.

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Sugiro o filme TAXI DRIVER, de Martin Scorcese, com o genial Robert de Niro. O filme é uma absoluta obra prima. O protagonista, retratado na sua imensa solidão, impotente diante de uma mundo agressivo, menosprezado por todos, humilhado pela pobreza, ansioso por ser dono do próprio destino me fez pensar em alguns dos eleitores de Messias. É trágico o encontro entre pessoas oprimidas pelo negócio desonesto do mundo e a oferta de poder oferecido por falsas religiões. O super herói é o sonho do sub cidadão. A violência é o carinho dos rancorosos. O ódio é o amor dos rejeitados. Eu tenho tido sorte na vida; nasci bem e tive sucesso profissional. Mas nos dias em estive próximo da injustiça do mundo, flertei com o desespero. Lembro de ver chegar o fim do mês e, apesar de eu ter trabalhado todas as horas que pude, me faltar dinheiro para os últimos dias. Lembro de estar diante de quem decidiria o meu pagamento e me saber incapaz de evitar a exploração que me seria imposta. Durou uns 15 anos a minha agonia. Depois, minha vida melhorou e eu fui me esquecendo… mas nunca esqueci; apenas me distrai da lembrança. Não sei o que teria me acontecido se a minha vida tivesse permanecido sem saída. Mas pela educação que tive sei que eu jamais seria um eleitor do nazifascismo; e pelo amor com que fui criado, também não viria a me tornar um violento, como o taxi driver do filme. Talvez eu por fim me conformasse em ser triste, apenas isso. Mais não sei; mas sei que posso compreender o medo que assusta os oprimidos pela falta de dinheiro e lugar. Embora não creia que as dificuldades financeiras e a invisibilidade façam por si só de alguém um fascista, não duvido que elas sejam elementos da possível equação. Não é à toa q as igrejas prometem riqueza e prestígio. Vejam o filme. Eu, se não me tornei um taxi driver foi porque antes me tornei agostinho carrara, dono da carrara taxi ou taxi carrara. Não decidi ainda. ??

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: [email protected]

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