Da Coluna de Maurício Stycer na Folha de S.Paulo.
No intervalo de seis dias, na semana passada, desenhou-se com mais clareza do que o habitual a forma com que o presidente Jair Bolsonaro entende liberdade de expressão e relacionamento com a mídia. O estopim foi a exibição, no dia 29 de outubro, de uma reportagem no Jornal Nacional que associou o seu nome às investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco.
(…)
Já passava das 4h da manhã em Riad quando Bolsonaro entrou ao vivo no telejornal da Record, entrevistado pelo jornalista Thiago Nolasco. “TV Globo, acabou a mamata de bilhões por ano para vocês. Vocês vão ter que renovar a concessão de vocês em 2022. Não vou persegui-los, não”, disse.
(…)
Record, SBT e Band ajudaram a reverberar ofensas, ameaças e pressões à Globo, sem fazer contraponto. Datena, registre-se, pontuou a decisão de cancelar assinaturas da Folha com uma pergunta: “Mas não é uma forma de censura isso, presidente?”.
Conheça as regras do debate