Informação de Tony Goes na Folha de S.Paulo.
Na noite de 17 de fevereiro do ano passado, Débora Bloch subiu ao palco do Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, para receber o prêmio de melhor atriz de televisão de 2019, outorgado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Por causa das inúmeras categorias contempladas, a organização do evento pediu aos vencedores que limitassem seus discursos de agradecimento a apenas 30 segundos. Mas Bloch ignorou o pedido. Tirou algumas páginas de caderno do bolso e leu-as em voz alta, durante mais de três minutos.
A atriz começou agradecendo à diretora Joana Jabace, às autoras Carla Faour e Joana Spadaccini e a todo o elenco de “Segunda Chamada”, da Rede Globo. Sua personagem na série é uma professora, Lúcia, que dá aulas noturnas em uma escola pública voltada para adultos que não completaram o ensino básico. O papel fez com Bloch se conscientizasse dos problemas educacionais do Brasil, o que deu um tom abertamente político à conclusão do discurso.
“Este governo está atacando, perseguindo e censurando abertamente os professores e pensadores deste país. Está acabando com o que há de mais precioso, que é o acesso à educação publica, laica, gratuita e de qualidade para todos, independente de classe social, cor da pele ou origem”, disse a atriz.
“Cortando verbas de creches, de escolas públicas, de universidades e da pesquisa científica. Censurando livros, desfazendo bibliotecas. Atacando as artes e a ciência. É uma catástrofe o que está acontecendo com a educação, a cultura, e a pesquisa e produção de conhecimento no Brasil hoje”.
Foi a mais aplaudida da noite.
(…)
“Não sou otimista. Não acho que a humanidade irá melhorar quando a pandemia passar.”
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